Um em cada quatro jovens é vítima de violência no namoro

A violência nas relações amorosas entre os 15 e os 25 anos atinge 25 por cento dos jovens. Os jovens agridem-se cada vez mais cedo e admitem também a violência sexual. Um fenómeno que atinge níveis «preocupantes» de acordo com uma série de estudos de uma equipa de psicólogas da Universidade do Minho, em Braga.

Carla Machado, coordenadora de um projecto nacional sobre este fenómeno, identificou níveis de violência física e psicológica no namoro muito próximos dos encontrados num outro estudo desenvolvido em 2003, no Norte do país, junto de 2900 adultos, mas em contexto conjugal.

Segundo a pesquisa, as agressões durante o namoro são cada vez mais precoces e aceite como «naturais» pelos envolvidos, incluindo a violência sexual, porque para eles «relações sexuais forçadas não são o mesmo que violação, nem sequer são crime».

Dos 4.730 jovens avaliados, dos ensinos secundário, profissional e universitário, 30% admitiram ter agredido o parceiro, pelo menos, uma vez, sendo 23% desses com agressão física, 18% emocional e 3% física severa.

Os rapazes são os que agridem com maior gravidade, com sovas, murros e pontapés, mas na "pequena violência", não há diferença de género e vale tudo, desde insultos, bofetadas, empurrões, puxões de cabelos e até ameaças.

Do total de jovens agredidos, 20% sofreram violência emocional, como insultos ou ameaças, e 14% agressão física, diz o Diário de Notícias desta segunda-feira. Muitos deles «toleram» e chegam a «desculpabilizar» a violência, cujos valores, de resto, são muito parecidos com os identificados nos outros países.

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