"Viciados em SEXO" (parte 1)


Uma é pouco, duas é bom e três é demais?
Apesar de ser adoptado como critério que determina a qualidade de vida, pela Organização Mundial da Saúde, o sexo - quando praticado em excesso – pode ser sintoma de um outro problema: uma compulsão.

Considera-se uma compulsão quando existe um impulso incontrolável para realizar um determinado acto. No caso da compulsão alimentar, por exemplo, o que a torna patológico não é o facto de se comer, já que é um acto saudável, mas sim quando se continua a comer mesmo sem se ter apetite. No caso da compulsão sexual, a pessoa relaciona-se com outra, mesmo quando não tem vontade. Neste caso, não é o número de relações sexuais que está em jogo, pois a resposta ou "apetite sexual", varia de indivíduo para indivíduo, mas sim o que o leva a ter determinado comportamento.

O que faz com que o sexo passe de uma manifestação de saúde e prazer
a um vício associado a sofrimento?

Existem algumas razões prováveis, entre elas, a tentativa de colmatar uma carência afectiva vinculada a uma baixa auto-estima. Neste caso, os compulsivos são pessoas extremamente carentes que necessitam de manifestações de afecto para acreditarem que são "gostáveis". Cada nova relação sexual é como que uma prova de que são aceites e desejados pelo outro. Mas este sentimento é efémero e faz com que procurem constantemente novas relações.

Esta compulsão, também pode estar associada à presença de uma situação em que a pessoa se sente impotente, como por exemplo, perder o emprego, recorrendo ao sexo como uma espécie de "bengala" para lidar com um cenário causador de angústia e fragilidade.
Também surgem situações de compulsão sexual quando a educação dada pelos pais, na infância, foi feita sem transmitir limites e/ou quando existiu pouco respeito entre os elementos da familia. Nestas situações, estas pessoas, não aprenderam a estabelecer uma fronteira na sua individualidade, enquanto crianças, passando a não saber respeitar o espaço delas e o dos outros, quando adultos. Este tipo de desenvolvimento causa alguma insensibilidade e faz com que, estas pessoas, comecem a procurar o afecto que não tiveram por parte dos pais através de emoções cada vez mais fortes.

Outra explicação é presença de adultos com compulsão sexual durante a infância destas pessoas. Neste caso, a excitação terá ficado associada à variedade e quantidade de cenas presenciadas, o que leva a que, quando adultos, comecem a erotizar e a repetir este padrão de comportamento.
A compulsão sexual poderá, ainda, ser uma forma dos compulsivos sexuais reafirmarem um abuso sexual vivido no passado uma vez que, frequentemente, se envolvem em situações de risco e de desprotecção.

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Adaptado do original em: psiquecienciaevida

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